quarta-feira, 21 de junho de 2017

MerciMaré

Respira.
Respira.
Olha o mar.

Não tem porque cessar
Agora.
Ancorar em locais proibidos,
Fora de margens estreitas.
Difícil entrar,
Mais difícil sair.

Ainda bem que aprendi a nadar.

Fugir de correntes desconhecidas.
Encostar o pé no chão.
Areia.
Amarela, branca, vermelha.
Barro de lagoa nas unhas.

E pra sempre ter água por dentro.
E por fora.
Secando, enchendo,
Que nem maré.

Respira.
Respira.
Olha pra dentro.

Primeiro entender suas marés.
Pra depois pular
De suas pontes.

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