sábado, 5 de dezembro de 2015

em meio a tanta vontade de fuga
me proponho a cair
o que dou aos que dão querendo algo
é meu vômito sagrado
com todas minhas tripas mofadas
e um líquido que não tem mais cor
as dores se transformaram em algo
que me faz gozar sempre que fico só
nem o respirar é mais algo natural
as influências emocionais entortam
linhas que adormeciam num leito profano
profano
no meio da queda me deparo com o
resto das linhas e me lambuzo
em mais uma tentativa doce de me lucidar

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

cada um com seus abismos
abismados decaídos no fim de noite
afortunado um corpo adormeceu
antes de toda a merda ser processada
intercaladas fugas imersas em solidão
salientam cada vez mais as cicatrizes
que boiam na pele e causam enjôo
o encontro do crânio com a pedra
o toque da cabeça dos dedos
o olhar que apavora
os abismos insistem em ficar profundos
sempre que o corpo se arrisca

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015