quarta-feira, 29 de junho de 2016

tem gente que é
maior que o mar
eu vi de perto
posso falar

- sete pousos de pássaros em um raio de menos de um metro em três segundos
- o passar do tempo cria força pra voar
- uma ventania que prova que folhas secas são mais importantes acontece
- o céu fica suspenso em cílios
- 60% das reações me aproximam inconscientemente
- o depois se torna objeto de não querer dentro do agora
- metade dos caramujos escondidos saem pra ver o que é
- o próprio acaso se faz presente pra que aconteça

tem gente que é
maior que o mar
eu vi de perto
posso falar

a influencia da simplicidade desliza em voz
o querer do não querer demais me faz querer bem
todas as analogias poéticas funcionam
as linhas que são esquecidas se entrelaçam na nossa frente
pés se perdem em um dois três quadrados de chão de praça
palavras assumem novamente suas posições e se abraçam ao vivo
enquanto pessoas passam novos métodos de ser feliz são descobertos

ali tão perto enquanto nove ônibus passam e nada importa

o amor pelas minhocas

dom de ser gigante
pra não caber em árvore
e ser floresta
mais de mil baobás
compõem o teu corpo
é legível no rosto dos passarinhos
a delicadeza do teu ombro
a correnteza leva o que encontra
e quando perdido o significado do insignificante
começa a busca por um lugar pra dormir
é que dentro de ti de dia faz calor
e a noite tu sabe
quando chove o chão acorda
e começa a nascer mais pedaço de tu
uma minhoca faz cócegas no teu pé esquerdo
e as folhas de mil baobás dançam

quarta-feira, 22 de junho de 2016

o futuro já passou e o passado não existiu 
o presente fincou na asa do depois
e o oco do tempo entrou em desespero
os dias deixaram de ser dias
o colapso do pensamento humano
entrou em seu ápice antes de existir
e quando existiu não soube pra que

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A cidade entrou em decomposição.
O eco da tua voz percorre
Cada pedaço de mim.

                                                                           Até os que não existem.

Meus sentidos já não fazem nada.
Perdi minha mala,
Minhas garrafas,
Meus sapatos,
Todos os gostos que passaram pela minha boca e agora tudo que espero
É um sinal vindo de um canto e escrito nele nossos desejos secretos que
Penduramos naquela parede rebocada que iria ser a nossa varanda.

                                                                        Compostos invisíveis dançam
                                                                         Ouvindo tua voz
                                                                         Vendo tu dançar
                                                                         Quando tu perde o medo                
                                                                          Quando tu sorri
                                                                          Sentindo tua pele
                                                                          Tua respiração
                            
                 

                                                                   TU.

domingo, 19 de junho de 2016

Te fazer saltar
Sem coragem
Perdida entre
Duas linhas
Paralelas
Estreitas
Se entristece
Ao saber que
O amanhecer
Adoeceu quando
Se perdeu
Por favor
Finge que não viu
Nada mais pode escapar
Agora não podemos
Nos desesperar
O tempo controla
A ponte está invisível
Um oceano que cabe
Na mão de uma avó
Nos une
Um oceano que cabe
Na mão de uma avó

Nos separa

quinta-feira, 9 de junho de 2016

NÃO ERA PRA SER ESSE TIPO DE POEMA DE AMOR
Às vezes parece haver uma falha, um esquecimento da gravidade (de tudo).
(Quando eu ouço teu nome)
Quando posso ver o mar.
Quando caminho nas ruas do centro desertas ou não. 
Quando deito no chão do Passeio Público e apoio minha cabeça nos braços.
Quando ouço o barulho o sino da igreja sentada no jardim do José de Alencar.
Quando boio com meus dedos pra fora do mar em frente ao São Pedro.
(Quando eu ouço teu nome) 
Quando meus olhos encaixam nos de alguém na Av. da Universidade.
Quando meus olhos encaixam nos de alguém na 13 de maio.
Quando me abraçam em alguma esquina. 
Quando ando descalça pela cidade. 
Quando sento na praça dos Leões.
Quando me esquecem no colo debaixo da ponte. 
Quando me fazem andar de bike até a descida do Dragão. 
(Quando eu ouço teu nome)

quarta-feira, 1 de junho de 2016

 o
mar
é 
grande
tem gente
que é
maior que o mar
esqueço
lembro
deondeveioisso?
tentativas de ilustrar o que eu quero que exista
descrição:
meus braços envolvendo teu sorriso
o mar é imenso
teu sorriso é maior que o mar
desafio
caber 
mergulhar