sexta-feira, 12 de maio de 2017

um dia a gente inventa
um nome novo
ou uma nova utilidade
pras cores do amanhecer

quando não tem preocupação
com o número do tempo
se esquece do que aperta o nó

os grãos de areia que ficam
em nós marcam a lembrança
escondidos entre os dedos
e dentro da orelha

eles se apropriam de nós
pra gente poder lembrar

não

não me atrevo
não me atrevo
a dizer só

pra gente poder lembrar
da leveza de sair de dentro de si

quinta-feira, 4 de maio de 2017

todo poema que
agora
começa reclamando
no final
sem
perceber
se transforma
em um poema
de amor
um poema de amor


respirar

antes de tudo um pé depois do outro
a difícil tarefa de se concentrar na respiração
pra não ter que descompassar os pés
e a vida

respirar