segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

quando mergulho
quando mergulho fundo
é pra buscar os pedaços
os pedaços de tempo dormentes
tempos dormentes que me sustentam
quando volto, se volto
é pra salvar alguém que se afoga
que se afoga na beira de si
na beira de si que é maior que o mundo
e o mundo é bem pequeno
bem pequeno do tamanho do buraco
do buraco de uma minhoca que adora
que adora mergulhar na terra
mergulhar na terra pra buscar seus pedaços
seus pedaços de tempos também dormentes

domingo, 22 de janeiro de 2017

pelos muros da cidade escreveram teu nome meu nome o nome e os desejos dos que não pensam só em si absorvidos pelo concreto os sentimentos foram compartilhados com os que isolados foram por muros cadeiras e gravatas agora acinzentados a mandato de quem mata e veta a vontade dos que sustentam nos joelhos as cores da bandeira qual a culpa que carrega quem usa uma lata? uma tinta?
e de quem mata? e rouba milhões? a balança tá quebrada faz é tempo tão escrevendo na poeira branca que tá se formando democracia com a ponte dos dedos pra depois sentir o cheiro

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

hoje eu cacei a lua dentro da cidade
que contra sua vontade era tapada pelos prédios
hoje eu cacei a lua dentro da cidade
tentei por sete janelas de dois ônibus diferentes
hoje eu cacei a lua dentro da cidade
quando tiver cabelo branco quero vê-la da rede
hoje eu cacei a lua dentro da cidade
porque ainda tenho alguma força pra tentar

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017