domingo, 29 de setembro de 2013

a saudade
causa soluço
em mim
o seu sumiço
causa azia
em mim
faço um
esforço
para lembrar
dá desgosto
só de pensar
nas palavras
que ouvi
depois do gozo
do cigarro
e do nosso
 fim

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Sente.

minha mente apela
fotograficamente
para os momentos
em que a gente
passou naquele
dia quente,
na semana da eleição
para presidente,
em outubro,
do ano seguinte
ao nosso encontro.
primeiramente,
me apaixonei,
sabe quando a gente sente?
o tempo passa
e de repente
estamos lembrando,
inconscientemente,
do antigamente,
nos tempos que
o a gente,
não existia e
consequentemente,
fim.

Ao lado das antigas cenas.

Ah... as gotas vermelhas que caem do choro do nosso toca discos...
a sonoridade daquele sofá velho que foi palco que várias cenas.
O tom das paredes claras atingem meus olhos e perco a visão por segundos.
A porta da cozinha tem as nossas marcas.
A pia da cozinha, ainda tenta nos banhar.
O canto da cozinha agora é breu.
É breu.
O vento.
O vento que sinto ao colocar meu rosto para fora, após uma tragada, agora bate em meu rosto com força.
Mantenho todas as janelas fechadas, para não morrer sofrer com dor.
E acabo me sufocando, deitada no sofá velho.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Sol se foi, baby.

Nas sombras das asas dos pássaros que ficam no parque, às três da tarde, eu vejo possíveis traços nossos deitados naquela minha cama desarrumada cheirando a alecrim.
Teu cabelo, como sempre, caindo nos teus olhos e eu os tirando em busca de algo, normalmente o princípio de um gozo.
Consigo descrever as notas da tua voz, que ainda ecoam no porão da minha cabeça.
Libélulas do tronco azul me trazem boatos sobre o chão que você pisa.
Até minhas letras, se postas em outras posições, traçam um caminho até você.
Ouvir Jazz sem ver seu pé batendo no chão, anula todas as emoções possíveis.
Meus olhos vermelhos, só pensam em ti. É, meus olhos pensam. Tenho algumas coisas fora do lugar. Inclusive, um músculo que pulsa sem controle.
Talvez eu tome um chá de boldo vendo o Sol ir.
O Sol se foi, baby.
Ontem foi a ultima vez que o Sol se despediu de nós.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

baby, não me leve a mal

encontrei uma foto nossa no fundo da gaveta, ao virar me deparo com um conjunto de suas letras formando a frase: "baby, seu perfume doce sempre me faz sorrir".
percebi que ainda usava o mesmo perfume, mas agora por comodismo, não por troca do seu sorriso.
revirando a mesma gaveta, achei o nosso álbum preferido do lobão, íamos da faculdade a praia, sempre ouvindo as mesmas músicas, de mãos dadas sob a marcha.
talvez eu ainda saiba todas as letras decoradas.
como todas as recordações que tenho de você, são graças a momentos não planejados, por um momento pensei em planejar mais minha vida.
porém, lembrar de você é necessário, para lembrar do que não quero.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

BUSCO NOVAS VISÕES DE MUNDO

aceito outras
não quero saber de paraíso astral
se quem é de escorpião na cama é fenomenal
se os aquarianos são porra loucas
se os geminianos não calam a boca
se você for canceriana, baby não chore
não entendo nada de constelações,
mas de uma coisa tenho certeza:
tu é minha estrela alfa!

a menina

a menina é sentimental
até os dentes, rapaz.
acho que ela mordeu
meu coração com tudo.
se eu te contar
o que senti
só em olhar,
faltaria espaço.
a moça passou por mim
e em um respirar,
me fez delirar,
no meio da rua.
é isso, rapaz, é isso
que me tira o sono.
moça distante, dona
da voz que me serve
como calmante.
é dela, rapaz..
é dela que eu tô falando.

apresentando augusto


augusto gostava de samba,
era bom com as palavras,
mas sua testa ardia sempre
que alguém tentava se aproximar.
augusto era amante da lua,
fazia como vinícius
e sempre comparava mulheres a ela,
principalmente a parte que, talvez,
ambas, para ele, seriam impossíveis
a concepção do toque.
augusto era um poeta cego
não percebia os olhares ao seu redor
que comiam seu físico,
talvez porque para ele não bastasse.
augusto era um devorador de almas,
tinha a sutileza ao seu lado
achava isso de muito bom agrado,
não gostava de dormenças testais.
borboletas azuladas
enfeitam o céu
vovó dizia que elas
eram nossos sonhos
que voam por aí
em busca do tempo certo
certo dia
uma pousou em meu nariz
e vi a poesia
pela primeira  vez

domingo, 22 de setembro de 2013

"Quando tu vai embora, leva um punhado de sorrisos meus... E quando volta arremessa todos eles em meu rosto, eu gosto."