domingo, 27 de novembro de 2016

passarim dos cachim amarelo
voa voa bem alto sem tirar o pé do chão
tuas asas são só o começo do estandarte 
da aparição de coisas belas

sábado, 26 de novembro de 2016

as singularidades nos fazem nos perder
enquanto o sol se pôr no canto dele
para tudo haverá uma saída
cada onda do mar é contada a dedo
pelos poetas cegos que sentam de costas pro mar
os poetas cegos andam com os ombros desalinhados
a maioria não penteia o cabelo e gostam de cavalos marinhos
as calçadas que fazem parte dos caminhos deles moram perto
do lugar onde o vento aprendeu a assobiar sem fazer barulho
há um buraco nos poetas cegos que quando percebidos viram luz
eu quero ver a cor dos ventos dos poetas cegos contigo
enquanto tu me conta porque chorou ou não noite passada

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

 Sinto um monte de pedaços de desencontrando dentro de mim.
É muito improvável que depois dos quereres consolidados e aniquilados
A vontade de sair da corda bamba permaneça como provável.
Mais e mais animais se multiplicam dentro de mim quando surge o desconhecido
Uma selva inteira se nega a aceitar que na verdade ela precisa da essência daquilo.
Enquanto outras possibilidades de concretização são cristalizadas diante de mim
Os meus pés criam um vínculo com o chão muito maior do que eu queria.
Me finco no estabelecimento do até ali e desaprendo a voar por instantes
Até a maré se virar e revirar e voltar a ser o que era antes do agora.

Mergulho em mares desconhecidos apenas com a certeza que não vou me afogar.