terça-feira, 18 de outubro de 2016

a mulher que te pariu
morreu pra tu tá aqui
tu aponta o dedo
na cara de quem tem medo?

há sangue vermelho escuro
brotando de um matagal escondido
quantos bichos se mostram
com a máscara de pai?

em cada canto de vento
uma dama fuma um cigarro
acorrentada ao destino
pra que esperar o ultimo escarro?

hoje tu nem olha pra trás
teu rabo tá na mira do diabo
teu filho lambe de quatro a cruz
em que pecado caiu tua fé?

em nome dos desalentos
creio no pagamento de dividas terrestres
que cada estaca se reverta em mil estacas
e por que ter pena de quem matou uma ou mil mulheres?

por vidros e pedras
em chamas
no travesseiro
dos que ousam
levantar a mão
pra nós.

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