domingo, 25 de setembro de 2016

O adiamento de coisas necessárias
Cria forças a cada explosão de bomba
Por entre os dedos do homem que atravessa a rua
Um pedaço de mundo cai e é pisoteado pela criança que vem atrás
A esperança não tem mais a mesma cor do céu
O amanhã que vinha pendurado na flor de goiabeira
Agora é gerado na ponta dos postes de luzes florescentes
Enquanto minha cidade perde a cor que minha vó me mostrou
O mar avança do outro lado do mundo acabando com ele
A cada piscar de olhos de um poeta outro poeta morre
Depois da explosão de cada bomba
O adiantamento das coisas necessárias cria forças
Ninguém se importa mais porque o cachorro tá latindo
Aprender algo que lhe torne útil é a meta do mês
Num suspiro distraído a gente esquece dos outros
Quem sabe o meu respectivo poeta piscou demasiadamente seus olhos
O mundo ele não cansa nem quando metade de si lhe dá as costas
Me inspiro em passos rasos e em coisas que não tem luz

Talvez assim quando perto da curva não me perca

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