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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Ao lado das antigas cenas.

Ah... as gotas vermelhas que caem do choro do nosso toca discos...
a sonoridade daquele sofá velho que foi palco que várias cenas.
O tom das paredes claras atingem meus olhos e perco a visão por segundos.
A porta da cozinha tem as nossas marcas.
A pia da cozinha, ainda tenta nos banhar.
O canto da cozinha agora é breu.
É breu.
O vento.
O vento que sinto ao colocar meu rosto para fora, após uma tragada, agora bate em meu rosto com força.
Mantenho todas as janelas fechadas, para não morrer sofrer com dor.
E acabo me sufocando, deitada no sofá velho.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Sol se foi, baby.

Nas sombras das asas dos pássaros que ficam no parque, às três da tarde, eu vejo possíveis traços nossos deitados naquela minha cama desarrumada cheirando a alecrim.
Teu cabelo, como sempre, caindo nos teus olhos e eu os tirando em busca de algo, normalmente o princípio de um gozo.
Consigo descrever as notas da tua voz, que ainda ecoam no porão da minha cabeça.
Libélulas do tronco azul me trazem boatos sobre o chão que você pisa.
Até minhas letras, se postas em outras posições, traçam um caminho até você.
Ouvir Jazz sem ver seu pé batendo no chão, anula todas as emoções possíveis.
Meus olhos vermelhos, só pensam em ti. É, meus olhos pensam. Tenho algumas coisas fora do lugar. Inclusive, um músculo que pulsa sem controle.
Talvez eu tome um chá de boldo vendo o Sol ir.
O Sol se foi, baby.
Ontem foi a ultima vez que o Sol se despediu de nós.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

baby, não me leve a mal

encontrei uma foto nossa no fundo da gaveta, ao virar me deparo com um conjunto de suas letras formando a frase: "baby, seu perfume doce sempre me faz sorrir".
percebi que ainda usava o mesmo perfume, mas agora por comodismo, não por troca do seu sorriso.
revirando a mesma gaveta, achei o nosso álbum preferido do lobão, íamos da faculdade a praia, sempre ouvindo as mesmas músicas, de mãos dadas sob a marcha.
talvez eu ainda saiba todas as letras decoradas.
como todas as recordações que tenho de você, são graças a momentos não planejados, por um momento pensei em planejar mais minha vida.
porém, lembrar de você é necessário, para lembrar do que não quero.

terça-feira, 30 de abril de 2013

hei de te (me) encontrar

estou perdida em um local onde só vejo pessoas com o ego no céu e suas palavras que liberam hipocrisia por todo lado, sei que não vou te encontrar lá, corro na direção da praia, talvez esteja lá. deus me disse uma vez, quando estava a navegar atrás de ti para eu respeitar o tempo, mas meu coração só palpita rápido, ele diz meu tempo, fico a imaginar aquela sensação de bem estar que sentirei ao te abraçar. partículas coloridas de paixão irão bailar no ar. e assim me encontrarei.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

planos para o futuro: sambar junto a ti


vem, vem devagar no ritmo do nosso samba favorito
vem sambando e sorrindo, moço bonito
balançando esses teus cabelos
e deixando teu cheiro por onde passa
fazendo graça e deixando todas as moças de queixo caído
me puxe pela cintura e me faça querer sambar junto a ti
já coloquei minha saia, já soltei meu cabelo, já ensaiei
de frente ao espelho, agora vem me fazendo esquecer todas
as coisas ruins dessa vida e colorindo meu dia a dia com
teu samba, teu axé, tua capoeira..
só você pode transformar meus problemas em samba
e quero resolve-los todos à sua maneira
não entrego-me a ti só no samba de roda, mas
no samba da vida.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

jogo sem lógica


não sei mais andar sem pensar.
monto monólogos em minha cabeça com palavras tortas.
quando era mais nova, via pessoas falando sozinhas nas ruas,
achava que era loucura, agora eu quem ando pra cima e pra baixo
falando sozinha, quase gritando, é bem mais grave do que loucura.
to perdendo a habilidade de ser invisível, as pessoas me olham
e sinto que elas tentam me desvendar, isso me perturba, me sufoca,
por que? por quê? porque.
vejo poesia em tudo desde que vi teus olhos perto dos meus,
nem os tijolos daquele prédio em construção perto da minha universidade
são mais os mesmos.
a fumaça que solto depois de fumar, agora formam no ar partes do teu corpo,
teu sorriso, teu nariz, tuas mãos, teus ombros, teus olhos...
se me ver fumando, talvez esteja te procurando, talvez esteja tentando matar a saudade,
talvez seja só uma desculpa pra me matar, pois você não está por perto.
corrosão do coração (e do pulmão).
não queria voltar a andar sem pensar, me sinto melhor assim.
mas, parar de fumar e te ter por perto, seria uma boa.

domingo, 24 de março de 2013

Meu reino por uma brisa tua.


Uma brisa ou uma ventania, o ar voando, dançando, correndo. Levantando poeira por todos os cantos. Onde não consegue entrar, faz vibrar e canta a música do vento. No topo das árvores, ele balança as folhas umas contra as outras e extrai da floresta o farfalhar.

Quando era criança, era fascinada pelo fogo. Na verdade, até hoje. Gosto de assistir as coisas queimarem, acender velas, derreter coisas. Gosto de ver a chama dançar.

Eu tenho um apego especial pelo vento. Deixo ele bagunçar meu cabelo com um sorriso, sinto ele me abraçar e trazer cheiros de longe, o seu, principalmente. No fundo, penso que o vento pode me trazer tudo, você, principalmente. Tudo em qualquer brisa, qualquer hora.

Qual a magia do vento?

Ele faz bater portas, janelas..  Acaricia nossa pele, arrepia, esfria, traz a chuva… Ar, doce ar! Não pare de ventar, tu trás pra mim o cheiro dela.

Insustentável é continuar cego, por não saber para qual lado olhar.

Para cada pergunta, uma resposta. Para cada resposta, um encaminhamento. É um processo interno. Criar perguntas quem detém respostas mas não pode vê-las. Eis a busca pela luminosidade - em sombria condição existencial. Isso quer dizer que, sim, somos trevas e luzes, e possuímos tudo aquilo o que precisamos dentro de nós: as dúvidas e suas resoluções.

É muito irônico pra ser real, sabe?

Meus olhos continuam sorrindo para o desconhecido, esperando que assim não sejam consumidos pelas sombras que este traz. Mas nada passa de uma grande ilusão. Às vezes eu acho que estou caindo, flutuando em direção ao chão de alguma existência que se finda onde se principia a dor. É muito irônico para ser real, sabe?  Pedaços de sonhos fragmentados no chão. E ainda há você com esse sorriso lindo, em qualquer lugar do mundo, dizendo-me para não lhe esquecer. O que eu posso fazer? É você quem manda. E eu… Eu continuo aqui, dormindo acordada e brincando de não sofrer.

Cerveja, ratos e seu cheiro.


Só vou me preocupar quando começar a sentir o cheiro do teu perfume em um dos becos mais sujos da cidade, bêbada e fumando. 

Se não estou morta, me mato aos poucos querendo matar o que tem dentro de mim.